Minha Indignação com o Atendimento Pediatrico de Embu das Artes

Bom turminha, quem acompanha o meu Facebook deve ter lido o post em que falei que minha filha não foi essa semana para a escola por conta de um incidente. Ela tropeçou em um pequeno degrau do banheiro (onde eu estava fazendo um curso) e caiu com o queixo no vaso. Eu entrei em estado de choque e quem me socorreu foram duas pessoas maravilhosas.

A Roseli e a Carla, ambas que conheci no curso, foi quem me levou até o pronto-socorro com a Rafaela e me ajudaram lá.

Depois de toda a demora, ainda me levaram de volta para o local do curso, pois minhas coisas haviam ficado lá. A Rafaela não resistiu e pediu para tirar uma foto com elas para colocar no diário dela.

Depois do susto e tudo, conversei com uma pessoa, pedindo orientação. Pois tive um péssimo atendimento por parte da pediatra e a pessoa que aconselhou a entrar em contato com a ouvidoria da prefeitura ou secretária de saúde.

Então hoje, aproveitei que a bonitinha foi para a aula do seminário, deixei meus arquivos de lado, minhas tarefas domésticas e escrevi um e-mail que quero compartilhar aqui e pedir a ajuda de vocês na divulgação sobre minha revolta.

A única coisa que fiz diferente, foi retirar o nome da pediatra, pois aguardo uma resposta por parte da prefeitura quanto ao ocorrido. E não acho correto colocar o nome dela aqui antes de receber essa resposta.

"Sou moradora de Embu das Artes a 8 anos e amo essa cidade, por ter tudo próximo, ser uma cidade onde temos a oportunidade de estudarmos e adquirirmos conhecimento sobre a história da cidade em diversos pontos.

Quando o hospital do centro da cidade foi reformado e foi feita construida uma entrada diferenciada para a pediatria e maternidade, foi um feito maravilhoso. Mas infelizmente a qualidade do atendimento por parte dos médicos tem sido cada vez pior.

Das vezes que tive que levar minha filha no pronto-socorro, ela chegou a ser atendida por clínicos porque não tinham pediatra no hospital.

Mas o pior atendimento que tive, foi na última quinta-feira (25.04.13) por parte da pediatra.

Minha filha havia caido no banheiro e batido o queixo no vaso. Entrei com ela pela emergência, os enfermeiros olharam a ferida e me mandaram para a sala de Curetagem, pois verificaram que ela precisava levar pontos.

Na sala de Curetagem, fizeram um curativo improvisado para que eu pudesse ir até a recepção fazer a ficha dela. Ao voltar eles limparam a ferida e consideram melhor chamar a pediatra primeiro, antes de fazerem qualquer procedimento.

Minha filha ficou 10 minutos deitada na maca, com o vai e vem de enfermeiros e nem sinal da pediatra. Parece que os enfermeiros estavam mais preocupados com o atendimento do que o próprio médico.

Disseram que um médico que poderia dar os pontos nela, havia ido atender alguém que havia chegado na emergência com um tiro.

Não sei quem foi que tomou um tiro, mas me lembrei de um jornalista que em seu programa falou que quando vamos ao pronto-socorro, a prioridade é um bandido que levou um tiro, não o cidadão que paga o seu imposto e trabalha de forma honesta.

O médico não podia ficar escolhendo, apesar de ter feito a escolha de atender o que aparecentemente estava mais grave.

Minha filha é uma criança de 3 anos e foi muito forte por ficar ali, algumas vezes choramingando porque sabia que estava sangrando. Quando ela não aguentou mais ficar ali deitada, tirei ela da maca, me sentei na cadeira com ela no colo.

E outra pessoa que estava comigo foi procurar algum médico que realmente pudesse atender minha filha, ela encontrou o enfermeiro chefe que olhou para a ferida e um tempo depois apareceu um médico muito educado, que conversou com minha filha e explicou para ela o procedimento que ele faria.

Eu estava em estado de choque e infelizmente não perguntei o nome dele ou sequer olhei em seu jaleco. Mas, esse sim foi um excelente médico. Ele percebeu que eu não estava mais apavorada que minha filha e que não tinha condições de segurar ela para a anestesia. Ele conversou comigo e perguntou se eu preferia que outra pessoa segurasse ela.

Depois ele pediu que eu fosse com minha filha até a sala da pediatria para que a médica olhasse o ferimento dela e receitasse algo.

A ficha da minha filha não estava no consultório, tivemos que procurar pelo hospital onde ela havia parado. A recepcinista colocou a ficha da minha com outras no consultório da pediatra.

O hospital estava lotado para uma única pediatra. Vendo que a pediatra não chamava minha filha, entrei na sala e perguntei que não iria atende-la. De forma rude ela disse que a ficha da minha filha não estava na sua mesa e não podia atender uma criança sem ficha. Depois de muito insistir ela olhou nas fichas que estavam em sua mesa e viu que a da minha filha era a última.

Após olhar rapidamente para a ficha, segurou a ficha com desdem e disse que não atenderia minha filha, pois quem havia costurado ela que tinha que preencher a ficha.

Querem saber como eu me senti? ME SENTI UM LIXO. Pra que estudar tantos anos, escolher trabalhar com crianças e ser tão rude? O que era mais importante? Olha a criança que estava ali na frente da sala, costurada, choramingando ou uma ficha que poderia ser preenchida calmamente?

A pessoa que estava comigo procurou o enfermeiro chefe que veio conversar comigo para saber o que havia acontecido. Após minha explicação ele foi até a sala da pediatria e num instante aquela médica (porque não merece ser chamada de pediatra), me deu uma receita com um remédio para febre (isso eu soube quando comprei o remédio porque ela não me disse o que receitava).

Não me falou como deveria cuidar dos pontos e me deu um atestado de apenas dois dias para ser entregue na escola da minha filha. Quando questionei quantos dias ela ficaria com os pontos, me respondeu que entre 7 e 10 dias ela poderia tirar.

Mas que na segunda-feira era só eu colocar um curativo e manda-la para a escola que não tinha problema.

Desculpem a expressão, mas essa médica é louca? Ou se fez de louca?

Como vc manda uma criança para a escola com pontos no queixo? Ela estava pensando que minha filha estuda em uma escola particular onde tem uma professora para cada 5 alunos?

Minha filha estuda na escola pública e tem duas professoras maravilhosas. Mas elas não conseguiriam ficar "vigiando" minha filha enquanto os outros 20 alunos brincariam e fariam as atividades.

Eu sou uma mãe de primeira viagem e todo o conhecimento que tenho adquirido de como cuidar da minha filha, tem sido de pessoa que já tiveram filhos. Pois é uma vergonha o posto de saúde só disponibilizar uma consulta com a pediatra uma vez por trimestre.

Nossa cidade precisa melhorar em relação a saúde, é uma cidade como muitas do Brasil que a saúde é um descaso. E não adianta correr atrás de um plano de saúde, pois não existem locais de atendimento na cidade.

Onde já se viu uma cidade que o a pediatra não quer atender uma criança que está com o queixo rasgado, porque alguém não preencheu uma ficha?

Pelo menos ela foi atendida. 

Ah, ela levou dois pontos. Foi pouco, mas tenho certeza que toda aquela cituação, marcou a vida dela.

Ela é uma criança muito mais forte do que eu, mas não merecia ter sido tratada com tanto descaso por parte dessa pediatra.

Espero que algo seja feito em relação a isso!!!

Att,

Michele Romero