sábado, 22 de janeiro de 2011

Obediência as Leis do País

Tem uma meta no Progresso Pessoal onde devemos escolher um principio e preparar um discurso de 5 minutos para uma reunião sacramental, noite familiar ou classe. Escolhi um mandamento no qual não é falado dentro da Igreja, pelo menos a um bom tempo: obediência as leis do país.
Ao invés de preparar esse discurso para poucas pessoas, achei melhor compartilhar aqui no blog porque gostaria que vocês pudessem dar suas opiniões sobre esse assunto e para aqueles que não são membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias pudessem conhecer mais um pouco sobre nossas crenças.
Pesquisei em muitos livros da Igreja e perguntei a muitos membros, a maioria das pessoas acharam estranho eu ter escolhido esse tema, até porque nunca ouviram alguém falar sobre ele.
Minha decisão baseou-se em um sentimento que tem estado dentro de mim há alguns meses. Principalmente porque recitamos e ensinamos nossos filhos as Regras de Fé, que de certa forma, resumem muito bem os nossos princípios ou pelo menos aquilo que acreditamos.
O Presidente Spencer W. Kimball ensinou que o lar é o local para a preservação da sociedade. (Ensign, janeiro de 1975, pp. 3-10) A família é realmente uma sociedade em miniatura, onde os filhos aprendem normas que garantem os direitos, tanto de seus membros quanto dos membros da sociedade como um todo. Dentro do lar, os filhos podem aprender princípios, como o respeito a propriedade, apreço pelos direitos alheios e obediência às leis.
Os filhos que dentro do lar aprendem a respeitar os direitos dos outros membros da família, compreendem com muito mais facilidade a importância de seguir esses mesmos princípios numa sociedade.
A 12ª Regra de Fé diz:
Alguns dias atrás estava conversando com um irmão de minha ala que adora ajudar os membros, algumas vezes ele ajudava mais aos outros do que a própria família, por isso em uma reunião familiar foi decidido que ele poderia ajudar o quanto quisesse de segunda a sábado, enquanto os domingos sua prioridade seria a família. Exceto se fosse um irmão doente ou algo do tipo.
Perguntei-lhe quais seriam as exceções de domingo e ele listou: pessoas doentes ou com algum tipo de dificuldade de locomoção, gestantes e famílias com crianças pequenas.
Daí quando lhe falei que dar carona a pessoas com crianças pequenas é um gesto nobre, porém é uma desobediência a nova lei. Pois há alguns meses entrou em vigor a lei das cadeirinhas.
Sua justificativa foi um tanto interessante... "algumas leis são tão irreais que foram feitas pra serem quebradas".
Por outro lado, rapaz pediu carona para um conhecido para em uma viajem e o motorista não viu problema nenhum desde que ele esteja com uma cadeirinha para sua filha pequena.
Esse rapaz saiu perguntando para seus conhecidos quem poderia emprestar-lhe uma cadeirinha.
Os filhos aprendem muito melhor à importância da obediência as leis, quando os pais demonstram um respeito consciente pelo direito alheio. Eles proporcionam exemplos positivos, respeitando as autoridades civis e religiosas, conservando os lugares públicos e sendo honestos. Seria inútil exortar os filhos a obedecerem às leis de trânsito, se os próprios pais ignoram os sinais de trânsito ou ultrapassam o limite de velocidade.
Façam o seguinte teste de auto-avaliação:
Quando nos batizamos prometemos ser obedientes aos mandamentos do Senhor e Ele nos pede: “E, agora, em verdade vos digo com respeito às leis do país: É minha vontade que meu povo procure fazer todas as coisas que eu lhe mandar... Portanto eu, o Senhor, vos justifico, vós e vosso irmãos da minha igreja, no apoio à lei que é a lei constitucional do país... Deve-se, portanto, procurar diligentemente homens honestos e homens prudentes; e homens bons e homens prudentes deveis apoiar.” (D&C 98:4, 6 e 10)
Não devemos considerar nossos líderes governamentais incompetentes, pois antes deles vem nosso voto. Devemos conhecer as propostas e histórico dos líderes nos quais escolhemos votar. Devemos entender a importância de nosso voto, deixar de termos o pensamento de que tudo irá continuar igual. Pois, o que nossos filhos têm aprendido conosco?  
Concordo plenamente com o que o Élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze disse:
“Na Igreja, muitas vezes citamos a frase ‘estar no mundo, mas não ser do mundo’. (...) Talvez devêssemos citá-la (...) como duas advertências distintas. Primeiro: ‘Estejam no mundo’. Envolvam-se; informem-se; tentem ser compreensivos, tolerantes e gostar da diversidade. Façam contribuições significativas à sociedade, prestando serviço e participando ativamente. Segundo: ‘Não sejam do mundo’. Não sigam os maus caminhos nem se dobrem para adaptarem-se ao que não seja certo ou para aceitarem essas coisas. (...)
Os membros da Igreja precisam influenciar mais e ser menos influenciados. Temos de empenhar-nos em reverter à maré do pecado e do mal em vez de, passivamente, deixarmo-nos ser levados por elas. Todos precisam ajudar a resolver o problema em vez de esquivarem-se dele ou ignorarem-no.” (Conference Report, abril de 1989, pp. 100-101; Ensign, maio de 1989, p. 80)
O profeta Joseph Smith disse: “O patriotismo deve ser incentivado e será encontrado na pessoa que vive retamente. Não é interessante? Você não pode ser realmente patriota, a menos que seja reto. Nenhum homem pode ser um bom santo dos últimos dias e não ser leal aos interesses e bem-estar de sua pátria.” (Hartman Rector, Jr. “The Land Choice Above All”, Speeches os the Year, 1974, p. 423)
“Patriotismo é mais do que o tremular de uma bandeira e fogos de artifício. É como respondemos aos assuntos de interesse público. Se perguntarmos apenas: ‘O que isso tem a ver comigo? – O que ganharia com isso?’ – não somos patriotas nem bons cidadãos. Porém se perguntarmos: ‘Isto está certo? É bom para o (...) povo? – Preservará e fortalecerá nossa liberdade?’ Então, merecemos estar na presença de [grandes patriotas]. Patriotismo é sempre dar mais à Nação do que receber. Significa serviço desinteressado.” (Ezra Talf Benson, The Red Carpet, Salt Lake City: Bookcraft, 1962, p. 96)
Em uma revelação moderno o Senhor disse: "Que ninguém quebre as leis do país, porque o que guarda as leis de Deus não tem necessidade de quebrar as leis do país" (D&C 58:21)
Alguns meses atrás fui a uma praça da cidade vizinha, onde tem aquelas carretas com cursos e perguntei para a recepcionista de uma delas quais documentos eram necessários para se fazer a inscrição. Ela me disse que os cursos só eram abertos para os moradores da cidade, mas que eu poderia pedir um comprovante de residência de um conhecido, pois ninguém saberia que eu não morava na cidade. E muitos dos estudantes eram da minha cidade.
Foi uma proposta bem tentadora, já que em minha cidade não temos esse tipo de recurso. Satanás me tentou com a justificativa de que não haveria nenhum mal e que não encontraria nenhuma outra oportunidade dessas. Mas o Espírito Santo e o espirito de patriotismo, honestidade e sinceridade falaram mais alto quando imaginei como me sentiria se fosse me inscrever em um curso e não tivesse mais vagas porque pessoas de outras cidades, idades, ideais tivessem preenchido a vaga.
Mesmo diante do que a recepcionista me falou, pensei onde tinha ficado a obediência a uma lei daquela cidade. Talvez a consequência dessa mentira não fosse vista agora, mas sei que ela viria.
Outra situação que passo constantemente, é estar na rua com a Rafaela e passar algum membro querendo me oferecer carona. No começo eu só falava que não precisava, depois passei a falar que tinha a nova lei da cadeirinha e o membro poderia ser multado. Por várias vezes vi as irmãs fazerem uma cara pra mim como quem diz em pensamento: “que idiota”. 

Pode parecer uma lei difícil para algumas pessoas, mas sei da importância que ela tem e não seria nada agradável um dia chegar na presença do Pai e dizer: “Eu já sei que não vou para o Reino Celestial com minha família porque por uma questão de comodismo, peguei alguns caronas desnecessárias dos irmãos. Mesmo sabendo que minha filha deveria estar numa cadeirinha. O que importa é que fiz o que considerei melhor.”
Para finalizar, quero terminar com o que está escrito no manual de instruções: “Os membros devem cumprir, honrar e apoiar as leis do país em que residem ou para o qual viajem (ver D&C 58:21-22; Regras de Fé 1:12). Isso inclui as leis que proíbem o proselitismo. (Manual 2 – Administração da Igreja 2010, p. 198, 21.1.23)

Fontes:
  • "A Aplicação de Princípios Morais no Dia-a-Dia", Cursos de Estudo da Sociedade de Socorro 1982, pp. 100-104;
  • "Ser Bons Cidadãos", Doutrina e Convênios e História da Igreja - Manual do Professor de Doutrina do Evangelho, pp. 257-261;
  • "A Lei do País", Moças - Manual 2, pp. 116-118;
  • "O Respeito à Lei e à Ordem", Cursos de Estudo da Sociedade de Socorro 1981-82/ 1985, PP. 116-119;
  • "Obediência à Lei", Cursos de Estudo da Sociedade de Socorro 1981-82/ 1985, pp. 159-161.

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